Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Do Me A Favor Pt. II

Você sabe o que fazer, mas você não quer, você não pode. E de repente da maneira mais errada, aquilo começa a fazer sentido. E então machuca. Saber o que fazer machuca, porque de todas as possibilidades que você jamais imaginou, aquela seria a última. Talvez a que você nunca pensou que poderia acontecer.

Who we are

O que aconteceu comigo?
De olhos fechados um filme se repete na minha mente. Onde estão essas partes de mim? Onde foi que as perdi? Quando foi que eu deixei de ser essas múltiplas personalidades de mim mesma?
Eu estou mortificada, presa na pele de uma pessoa que se parece comigo, mas está bem longe de ser.
As coisas soam tão diferentes, mas superficialmente tudo parece igual.

É pau, é pedra

Eu tenho mania de momentos, momentos bons. Aqueles que você guarda como referência quando quer sentir saudade de coisa boa.
O mais importante desses momentos é que o fator que mais o torna especial são as pessoas, não é o lugar, não é o que se está fazendo, é com quem você está.
Quando você ri freneticamente, de coisas bobas, sem sentido, e simplesmente se diverte, você não se da conta de que aquilo irá ficar marcado,

terça-feira, 16 de setembro de 2014

But Bennie make them ageless

Eu estava sentada na cama, olhando fixamente para o nada, e pensando em como eu gostaria de mudar minha vida.
A internet, ela abrange tanta coisa, tantas pessoas, realmente somos capazes de ter acesso à tudo (quase tudo, mas literalmente quase TUDO).
Mas como você administra a quantidade de informação que se tem, só depende de você. E quando você não administra...
E minha mãe entrou no quarto, e observando o meu claro desânimo, tentou me confortar, e dizer coisas que me fariam sorrir. E eu tive vontade de desabafar e dizer para ela que gostaria de acordar da minha própria vida. O que não fiz, ainda bem, pois seria uma tremenda ingratidão. Porque não há nada de errado com a vida que ela me proporciona, e sei que ela sempre fez e faz o que está a seu alcance, e essa confissão seria totalmente egoísta, e mesmo que ela não admitisse a magoaria por pensar que o melhor dela não é o suficiente para mim. Que eu não sou feliz assim.
Mas de fato, o problema está em mim. E o pior é que eu não sei lidar com isso.
Eu passo a maior parte do meu tempo tentando mudar de vida, e prestando atenção na vida das outras pessoas, e imaginando como seria se a minha vida fosse diferente. Eu parei de viver a minha vida. É como se ela estivesse congelada e eu esperando que algo aconteça para que finalmente possa viver; diferentemente.
Acontece que essa mudança não é externa, embora eu continue tentando me iludir, tentando engolir essa teoria que eu mesma inventei para me distrair, de que se eu conseguir preencher o externo com coisas materiais, isso vai me preencher emocionalmente.
Adivinhe a minha (já esperada) decepção quando eu descubro que não vai.
Acontece que eu não sou tão emocionalmente consciente assim para me dar conta dessas coisas tão rápido quanto eu gostaria. Muito menos espiritualmente evoluída o bastante para buscar ajuda em situações como essa.
Eu só me sinto perdida e sozinha. E a parte de se sentir sozinha é a pior parte.
Eu acabei desenvolvendo uma teoria (mais uma de inúmeras) de que existem dois tipos de pessoas que assistem seriados, filmes e leem livros. O primeiro tipo são as pessoas que fazem isso estritamente por diversão e passatempo. E o segundo tipo são as pessoas que (inconsciente) estão querendo uma distração da própria realidade, então buscam a realidade inventada dos seriados, das quais facilmente acabam se identificando (porque são personagens criados para esse fim) e assim passam a viver uma "segunda" vida, e acabam esquecendo que quando o final feliz da história chegar, o problema delas, ainda vai estar lá. E adivinha (pela segunda vez) porque eu cheguei a essa conclusão...? Pois é. Eu faço parte do segundo grupo. E é horrível se dar conta disso.
E como meu seriado favorito (Há!) cita: "Como saímos do útero de nossas mães, onde estávamos a salvo, e ninguém nos negligenciou ainda, e viemos parar aqui, nessa realidade totalmente confusa e suscetíveis à perigos?" (em outras palavras, mas a essência é essa).
Normalmente, quando você está nessa fase da vida em que tudo está confuso e a única certeza que você tem é definitivamente não ter certeza de nada, você fica se lembrando dos bons momentos pelos quais você já passou, como se eles pudessem voltar, de tanto você lembrar. E momentaneamente você se preenche dessa alegria. Mas como eu disse: momentaneamente. Porque isso é nostalgia do passado.
Eu sempre achei que a frase "Você faz suas próprias escolhas e toma as rédeas da sua própria vida" fizesse parte de um discurso de encorajamento que tem passaporte carimbado em todo seriado/filme/livro que se preze, para que as pessoas tivessem um momento de iluminação e acreditassem nisso como verdade para elas, e realmente tomassem as rédeas de suas próprias vidas. Mas isso sempre pareceu muito lúdico para mim, muito longe do meu alcance. E qual não é a minha surpresa (pelo menos uma, né) quando quase aos vinte, eu me dou conta de que se eu não apertar o play na minha vida congelada, e começar a renovar minhas boas lembranças, e cultivar os bons laços, eu passarei a vida inteira imaginando como seria a minha vida de verdade, e o que é pior, passarei a vida toda vivendo de pretéritos. E acredite, que mesmo eu tendo me dado conta de tudo isso, não sinto o tal encorajamento necessário para começar essa tal mudança interior.
Pode ser que seja o problema do tal "Overthinking". Pode ser que amanhã ou depois eu volte a escrever sobre desilusões e possíveis planos para reparar essas desilusões.
E (realmente) acredito que o mais importante, no fim das contas, é nunca desistir.

"Hey kids, plug into the faithless
Maybe they're blinded
But Bennie makes them ageless
We shall survive, let us take ourselves along
Where we fight our parents out in the streets
To find who's right and who's wrong"



Ps: Porém, sendo sincera, eu pensarei em alguma forma de sair da minha vida congelada, enquanto termino de assistir ao episódio do meu seriado favorito.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O bom samba é uma forma de oração

Passei a música inteiro encarando o monitor. A barra de espaços ficou piscando diante dos meus olhos durante 4 minutos e 47 segundos. Tudo isso porque eu buscava uma frase de inspiração para escrever, e não consegui. Não existe uma única frase inspiração nessa música, pois toda ela inspira. É apenas uma obra prima. Imprime em versos, melodia, rima, o sentimento de um nicho inteiro. O anseio, o coração, o subconsciente e o consciente.
Enfim, o foco não é a música. É o que me levou a me identificar com ela, é o que ela resume, o sentimento que me fez prestar atenção.
Acho que todos nós algum dia já fomos preenchidos pela vontade de "acordar" da própria vida. (Salvo os mais sortudos da face da terra. Se é que existem.) E quem já passou por isso, (e acredite, se não passou, vai passar.) sabe como é agoniante. Sentimos pressa de sair dessa situação, e quanto mais pressa, pior fica.
Existe a agonia, a raiva, o questionamento, angústia, revolta, tristeza e por fim, a aceitação. É preciso superar esses obstáculos para perceber que não adianta bater de frente com o muro, ele não vai desmoronar na sua frente. É preciso bolar outro plano para ultrapassa-lo. O difícil também, é que tendemos a acreditar que pode ser que o muro resolva a situação, que se o encararmos bastante pode ser que ele suma. Mas não é assim, muro não desaparece e problema não se desfaz sozinho. E problemas e muros todo mundo tem na vida. E não há o menor problema nisso, se soubermos tirar o melhor dessa situação. Por mais que pareça que não há nada de bom. ("E a tristeza tem sempre uma esperança; De um dia não ser mais triste não'') É sempre melhor ficar do lado de quem acredita que o copo está "metade cheio, do que metade vazio." ("É melhor ser alegre que ser triste ; Alegria é a melhor coisa que existe ; É assim como a luz no coração")


domingo, 15 de junho de 2014

Where Does The Good Go?

"Tenho em mim todos os sonhos do mundo" - Fernando Pessoa
Passando pelo aeroporto, me deparei novamente com todos os tipos de pessoas. Todas as mães, pais, filhos, filhas, irmãos, irmãs, avós, avôs, parentes de alguém, amigos de alguém, chefes de alguém.
E vendo todas essas pessoas com suas histórias, suas viagens, suas bagagens, vidas, empregos, percebi que eu poderia me identificar com cada uma delas em um aspecto. Simplesmente porque tenho em mim todos os sonhos do mundo.
E aí me deparei com uma possível resposta para a dúvida de pessoas que como eu, na minha idade, às vezes tem. Dificuldade para escolher o que queremos fazer ou o que queremos ser. Nessa idade nos sentimos poderosos, como se pudéssemos fazer qualquer coisa, escolher qualquer coisa, ser qualquer coisa. Exatamente onde estamos e quem somos, é o ponto de partida para nos tornarmos absolutamente tudo. Por isso a dúvida, porque talvez alguns de nós queremos ser tudo de uma vez; uma profissão só, uma vida só é muito pouco. Queremos ser médicos e arquitetos, engenheiros e escritores, viajantes e pilotos. Então bate esse desespero de escolher um só caminho, quando o coração sente que pertence à tudo, ao mundo, ao que pudermos fazer. E então a dúvida fica maior, não é uma escolha simples, não é nem um pouco fácil escolher o que estudar agora para fazer no futuro, principalmente porque podemos acordar daqui dez anos amando a escolha que fizemos... ou não.
E se o pior acontecer, que saibamos contornar a situação, encontrando um caminho diferente. O importante é manter a mente sempre jovem, a sensação de poder fazer qualquer coisa, não interessa quantos anos tenhamos, que otimismo tenha se preservado... e os sonhos também.

(Aos meus irmãos: Carolina, Pedro, Igor e Daniel. Que os sonhos se preservem em seus corações.)

sábado, 24 de maio de 2014

Call it Magic

Algumas pessoas continuam andando em círculo em volta delas mesmas. O resultado disso é uma indecisão perceptivelmente agoniante.
Não mais do que quando você percebe que pode estar fazendo a mesma coisa.
Você some, e então você volta, e percebe que algumas coisas nunca vão mudar. Do mesmo que jeito que várias outras jamais serão da forma que eram.
O que vai sair da forma como você planejou? O que não vai? Você consegue citar?
Essa situação causa uma certa insegurança, é inquietante, e tem um nome bem corriqueiro.
Isso se chama "Vida".
Você Vive? Você está preparado para Viver? Com V maiúsculo, com todas as letras? Com as risadas no fim de tarde, e as goteiras do telhado que vem depois?
"Want to fall, fall so far
I want to fall, fall so hard
And I call it magic
And I call it true
I call it magic"